domingo, 13 de setembro de 2009

Samarcanda de Amin Maalouf

Numa época de obscurantismo e fanatismo religioso. Omar Khayyam, o grande livre-pensador do Oriente, foi capaz de oferecer ao mundo uma mensagem hedonística e heterodoxa.
Este poeta, filósofo, astrónomo e matemático persa do século XI deixou escrita uma colecção de poemas, os célebres Robaiyat, nos quais aflora o mais refinado da perdida civilização persa. Seguindo esse manuscrito durante quase um milénio. Maalouf Introduz-nos na apaixonante história da Pérsia através de um espectacular fresco em que a cidade de Samarcanda se destaca como protagonista.


A MINHA OPINIÃO:

Finalmente acabei este livro... Ufa... estava a ver que não conseguia. Confesso que já peguei nele várias vezes e acabei sempre por deixá-lo em detrimento de outro. O princípio do livro não me agarrava de maneira nenhuma. Mas como sou casmurra voltei a lê-lo. Depois dos primeiros capítulos tudo se tornou mais fácil. Contudo, a escrita de Maalouf para mim não é muito convidativa. Desculpem lá os apaixonados do autor... Claro que a descrição da cultura muçulmana é notável e foi muito enriquecedora porém, houve alturas em que eu simplesmente não atinava com aquilo. A história está dividida em duas partes mas o narrador é o mesmo, Benjamin Omar Lesage. A primeira parte refere-se a vida de Omar Khayyam, um sábio persa, poeta e astrónomo. Viveu no século XI e foi um revolucionário de ideias e foi ele que escreveu o famoso Manuscrito de Samarcanda. Nesta parte conhecemos as suas aventuras pela Pérsia e através dele conhecemos outras personagens singulares. As que mais me marcaram foram Hassan Sabbah (fundador da seita dos Assassinos) e Djahane, a mulher de Omar cuja ambição foi superior ao seu amor. A segunda parte do livro fala do próprio Benjamin O. Lesage e a sua busca incessante pelo Manuscrito de Samarcanda há muito desaparecido e situa-se no século XIX. Não fiquei uma admiradora de Amin Maalouf... Talvez leia mais um livro dele mais tarde mas não me convenceu muito. Há opiniões e opiniões e a minha parece discordar dos milhares de leitores que este senhor tem. Eu pelo menos tive uma desilusão tremenda porque tinha ouvido falar fabulosamente deste escritor e infelizmente, não gostei assim tanto. Melhores leituras virão!... Deixo alguns excertos que eu gostei:

"Desta vez, o seu olhar acha-se longe, ela dava-me a comtemplar o seu perfil, a sua pele tisnada de tão pura textura. Se a doçura possuísse uma tez, seria a dela; se o mistério possuísse uma fulgência, seria a dela.Eu tinha as faces humedecidas, as mãos frias. A felicidade batia-me nas têmporas.Meu Deus, como era bela, a minha primeira imagem do Oriente! Uma mulher como somente saberiam cantá-la os poetas do deserto: a cara o sol, teriam eles dito, os seus cabelos sombra protectora, os seus olhos fontes de água fresca, o seu corpo a mais airosa das palmeiras, o seu sorriso uma miragem."

"Os viajantes andam demasiado apressados nos nossos dias, impacientes de chegar, de chegar a todo o custo, mas não é só ao fim do caminho que se chega. A cada etapa chegamos a algum lado, a cada passo podemos descobrir uma face oculta do nosso planeta, basta olhar, desejar, acreditar e amar."


3 comentários:

  1. Passando para desejar uma ótima leitura!

    Beijos brasileiros!

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  2. Isto de gostos é mesmo subjectivo! :)
    Eu gostei de "Samarcanda".
    Nunca tinha lido nada do autor e surpreendi-me com a sua forma de escrita.

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