quinta-feira, 30 de maio de 2013

Nova rubrica (conjunta!)- |E se...|


Olá amoras,

é com muita alegria que anuncio a primeira rubrica conjunta dos Devaneios. Chama-se |E se...| e é uma ideia prodigiosa da Catarina do Páginas Encadernadas. A esta iniciativa juntou-se também a Sandra do Mil Estrelas ao Colo. Nunca desejaram que uma personagem escolhesse outro caminho? Não gostaram do fim de um livro? Pois, bem eis a vossa oportunidade. Esta rubrica consiste na escolha de um livro que todos tenham lidos e fazer questão: E se?..., criando assim histórias alternativas. O debate será num grupo no facebook e depois de organizada a discussão será publicada aqui e no cantinho da Catarina.

Mais informações em Páginas Encadernadas. Se quiserem participar, avisem através do mail do blogue, através da página do facebook e/ou então, através da caixa dos comentários.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Crónicas & Caprichos de Julia Quinn



As mães casamenteiras da alta sociedade londrina, estão ao rubro. Simon Bassett, o atraente (e solteiro!) Duque de Hastings, está de volta Inglaterra. O jovem aristocrata mal sabe o que o espera pois a perseguição das enérgicas senhoras é implacável. Mas Simon não pretende abdicar da sua liberdade tão cedo…

Igualmente atormentada pela pressão social, a adorável Daphne Bridgerton sonha ainda com um casamento de amor, embora a sua espera por um príncipe encantado comece já a ser alvo de mexericos.
Juntos, os jovens decidem fugir de um noivado, o que garantirá paz e sossego a Simon e fará de Daphne a mais cobiçada jovem da temporada. Mas, entre salões de baile e passeios ao luar, a paixão entre ambos rapidamente deixa de ser ficção para se tornar bem real. E embora Daphne comece a pensar em alterar ligeiramente os seus planos iniciais, Simon debate-se com um segredo que pode ser fatal. 

A MINHA OPINIÃO:

Crónicas & Caprichos é simplesmente encantador!!! São poucos os "romances de época" que me surpreendem e que me conseguem cativar de modo a que os leia quase ininterruptamente até madrugada. Denomino este género de livros de "romances de época" porque o conceito "romance histórico" é, obviamente mais lato. Claro que delimitar a fronteira entre os dois torna-se confuso mas, para mim, este tipo de obras são aquelas que contêm uma história de amor com muita sensualidade que, invariavelmente terminará no "felizes para sempre". Porém, é raro encontrar escritoras inovadoras dentro desta temática! Muitas restringem-se a construir as personagens principais e muitas vezes, estas são umas cópias baratas e completamente acéfalas. Felizmente, Julia Quinn não pertence a esta categoria! Tem uma escrita simples, divertida e os seus protagonistas tem diálogos mordazes e estimulantes. E tem vários bónus! Todos os personagens secundários são igualmente fabulosos cheios de tiradas sarcásticas e hilariantes. Assim, Quinn obriga-nos a ler os seguintes volumes da série Bridgerton porque é quase impossível não ficar apaixonada pela obstinada mãe, Violet e pelos irmãos Anthony, Benedict e Colin. A irmã mais nova, Daphne, a heroína da história é tudo o que não esperaríamos encontrar num livro assim. É inteligente, pró-activa, cheia de vivacidade e não se coíbe de colocar o seu par romântico na ordem! Desde o primeiro encontro até ao final do livro, ela mantém-se fiel a si própria, um furacão que transforma a vida de Simon num turbilhão de emoções. Muito obrigada Julia Quinn por mostrares que uma mulher apaixonada não é sinónimo de submissão e perda de identidade! Finalmente, alguém teve coragem de romper com esses dogmas estúpidos! Todavia, há coisas que nunca mudam...  Sim, o fim é previsível. Mas, quem se importa com isso quando estamos tão vidradas no livro? Quando não conseguimos levantar os olhos das páginas? Ninguém! Quando me apercebi já ia na última página... É uma leitura leve, propícias a sorrisos "parvos" que surgem logo no início e a gargalhadas que são reflexos dos imbróglios em que se metem as personagens. Uma autêntica delícia!

5,5/7- MUITO BOM

PS: Obrigada querida Sandra e querida Catarina por me apresentarem a um novo vício!

sábado, 18 de maio de 2013

SobreViver de Miguel Almeida (Divulgação)


SobreViver é 4º livro de Miguel Almeida. Um poeta português que merece ser descoberto!

Crítica de Imprensa:
“Miguel Almeida é um escritor de interrogações, que se empenha na palavra para arriscar lucidamente a vida, e desse risco fazer poesia.”
Maria Alzira Seixo

“Miguel Almeida dá-nos a poesia a olhar o mundo, a olhar-se a si própria e a agir sobre o acto de pensar. SobreViver é um caminho para o deslumbramento. É um livro que merece ser lido.”
Maria Fernanda Navarro

No PREFÁCIO, assinado pelo Grande Poeta Joaquim Pessoa pode ler-se:

UMA POESIA CORAJOSA
"SobreViver é um livro que interroga, se interroga, nos interroga, e que confronta a vida e a morte, num mundo onde nada morre, tudo se transforma. Miguel Almeida começa por se interrogar: “Como explicar a morte / E a falta de sentido da vida?”. A vida como supremo bem, a morte como fim de tudo, parece ser esta a ideia fundamental do autor, nas dúvidas e nas incertezas. E parece-me que nas certezas também, sobretudo porque, neste homem, existe um outro, o escritor, o poeta que quer saber o sentido da vida, saber do seu percurso enquanto “água que corre”. Provavelmente, em busca da “perspectiva total do todo” pode o poeta ser enganado, ludibriado por uma dimensão humana que ele próprio quer ultrapassar para romper limites, iniciar ou reiniciar viagens onde possa atingir e percorrer territórios que estejam para lá da emaranhada selva das perguntas.

O que ser? O que preferir?, sendo nós impotentes na escolha, como se ela estivesse já determinada, essa “sentença que nos espera, uma pena que a vida tem para cumprir”. E como se a vida fosse um sonho, a solução é fugir-lhe talvez através do amor, de um sonho alheio, tendo consciência de que a única certeza é também a única dúvida: “ Hoje estou aqui, / Na Terra / Mas amanhã / Quem o saberá?”.

Esta é uma obra que obedece a uma perspectiva e a um sentimento existencialistas. Necessariamente uma obra onde todas as angústias existenciais existem ou, diria melhor, permanecem, e onde o poeta para além de se/nos interrogar, dialoga consigo próprio:

“O que vais ser?
Não sei, sei lá!
Não o sabes, sabes lá?!
Não, não sei.
Não sabes, é claro que sabes
Não sabes, como ninguém o pode saber.”

E fica sem resposta, uma resposta que a si mesma se interroga:
“Quantos são os que quiseram ser o que são, / E quantos, sendo aquilo que agora são / Nunca foram aquilo que algum dia desejariam ser?”
Todo o texto do livro é um desfiar do novelo intrincado de perguntas que o poeta a si mesmo formula em nome da nossa existência, da nossa vida quotidiana, da nossa vontade, do nosso futuro. É, de certa maneira, não o Livro do Desassossego, mas um livro de desassossego.E vives procurando / A dor dos outros, que sentida fazes tua / Num sonho alheio, por onde foges à vida”. Como um desengano, um enorme e doloroso desengano para o qual Miguel Almeida não se coíbe de fixar uma solução individualmente comprometida: “(…) por tal engano / Mais vale então morrer, / Que viver assim, / (N)a vida toda, (n)um (des)engano.”

Por outro lado, o autor, apesar da consciência de que numa vida passageira só quase há lugar para perguntas e mais perguntas inquietas e sem resposta (O Sentido da vida), encara essa mesma vida como uma luta permanente “para chegar a saber quem é”.

Sempre tive para mim que a grande poesia está inevitavelmente perto da filosofia, sendo por vezes muito difícil destrinçar a qual dos campos pertencem, exactamente, os versos. Eduardo Lourenço, perante a questão da existência de um pensamento filosófico português, sustenta que onde ele é mais evidente é no discurso dos poetas. 

Miguel Almeida é um poeta-filósofo que faz do ponto de interrogação a sua arma, o motor para avançar no seu tempo, no nosso tempo, sempre em busca de respostas que sabe não existirem cabalmente, mas que, ao formular as suas perguntas, ao levantar as suas questões (e as nossas, entenda-se) mesmo de forma retórica, são uma forma de abanar um certo conformismo genético de todos nós, de colocar o leitor em luta com o poema ou, melhor dizendo, com as ideias, as inquietações e as dúvidas que este levanta e suscita.

Mais do que um livro de sentimento, SobreViver é um livro de pensamento. Logo, um livro inquieto e incómodo, não acomodado à escrita branca, tão em moda na poesia portuguesa dos últimos anos, aquele tipo de escrita da qual Giovanni Papini disse não ser poesia, mas casca e serradura de poesia. Não é um livro em que predomine a imagética ou a construção metafórica, um livro de “inspiração”. É um livro de “respiração”, de quem constrói uma poesia agarrada à vida, ao ser, ao estar, ao permanecer. Não se procurem as “lindas imagens” nas páginas de SobreViver. Essas, cabe-nos a nós, os seus leitores, criá-las em função dos desafios que o poeta nos coloca. Esta é uma poesia que, mais que sugerir, diz. E também deixa claro que Miguel Almeida é um poeta que faz muita falta no panorama da literatura portuguesa, é uma voz carregada de individualidade colectiva e, por isso, não encontro significativos paralelos em relação ao seu discurso. Já tinha ficado impressionado com o autor, quando há algum tempo adquiri e li de um fôlego o seu excelente Templo da Glória Literária, excepcional sobre todos os pontos de vista, mas um livro diferente na sua construção, da obra que estamos a analisar. 

O autor revela-se, cada vez mais, um poeta de discurso sólido, criativo, empenhado perante a vida, com uma poesia que se pensa a si mesma e que pensa cada um de nós, entre os quais o poeta se encontra incluído. Poeta que não hesita em se (nos) perguntar, como uma criança grande: “E se fôssemos imortais e vivessemos para sempre?”. Para além de retórica, a pergunta é traquina. Miguel Almeida sabe bem que “para viver há uma séria exigência: continuar a ser criança”.

O lirismo do poeta é muito contido, mais suave que doce, de uma emoção racional e nele, também, a palavra “útero” tem o tamanho do mundo. Dele, nasce o homem, mas também a liberdade e o conhecimento, e a liberdade do conhecimento, a escolha e a dúvida e, inevitavelmente, a poesia. A vida é mais plena fora do corpo, esse “corpo limitado pelos anos e pelas maleitas que ele traz, / um corpo que nos obriga a pensar outra vez no nosso corpo / agora de uma maneira menos existencial, mas mais essencial”. Para o poeta, como para quase todos nós, a vida é uma luta em que também o corpo participa arduamente (“Para nascer, para viver e para evitar ter que morrer”).

Miguel Almeida sente mais com o pensamento do que pensa com o sentimento e, na sua racionalidade, está a génese da sua poesia. Vê e observa com os “olhos da mente”. 

Poeta assumidamente existencialista, através da sua poesia elaborou para a vida uma receita corajosa:

Se não fores ousado e arrojado,
Se não assumires o risco de querer ser,
Um derrotado exemplar, para que serve a vida?
Se não for mais que uma oportunidade desperdiçada”.
Para o poeta, “a vida é como é, / Não é como deveria ser”. E “Todos somos escravos / E senhores da vida”.

Correria o risco de poder escrever um texto demasiado longo para a função de analisar e apresentar esta obra, e sei que não o devo fazer por diversas razões, sobretudo porque, ao lê-la, o leitor fará igualmente o seu juízo que, ainda que diferente, poderá ser tão certo e tão legítimo quanto o meu. Quero apenas acrescentar o que poucas vezes se faz na abordagem introdutória a um texto literário: que vale a pena ler sem pressas este livro, mastigá-lo, degustá-lo, retirar dele o prazer de se confrontar com cada poema, dar-lhe luta, até. Porque a luta do leitor com o poema é uma luta consigo mesmo, que o obriga a soltar a coragem de se interrogar. E interrogar-se é criar “histórias de valentia ou cobardia”. Porque, como nos lembra o poeta, “Aqui, / Neste mundo, / As pessoas / Já não são / Aquilo / Que fingem ser”.

SobreViver é uma grata possibilidade de leitura de uma escrita adulta, séria, desafiante. “Que nisso”, o poeta “procura ser excepcional”.

Joaquim Pessoa

domingo, 12 de maio de 2013

Máscara de Raposa de Juliet Marillier



Neste livro, a sequela de O Filho de Thor, primeiro livro da Saga das Ilhas Brilhantes, Juliet Marillier prossegue a narrativa das aventuras de Eyvind. 
Ao atingir a maioridade, Thorvald descobre um segredo terrível e parte numa perigosa viagem em busca do pai que nunca conheceu à ilha do Povo dos Facas Longas. Acompanha-o a sua grande amiga Creidhe, filha de Eyvind, o Pele-de-Lobo. Este povo é governado por um tirano cruel, e com o nascimento de um bebé, Creidhe descobre a terrível verdade sobre a maldição dos Facas Longas. E quando descobrem como poderão acabar com ela, temem que seja demasiado tarde...

A MINHA OPINIÃO:

Máscara de Raposa lançou-me um feitiço poderosíssimo e inescapável! A verdade é que ele partiu com alguma vantagem relativamente ao anterior: Somerled. A ânsia de o reencontrar é gigantesca... É uma personagem carismática e completa com várias facetas que o tornam absolutamente irresistível. É um enigma que transforma o livro numa busca ao tesouro e pelo caminho, como brinde, há outras histórias tão belas que fazem suster a respiração. Thorvald é, à semelhança do pai, intrigante. É penoso vê-lo lutar contra uma sombra e um rejúbilo vê-lo alcançar vitórias. Não é uma personagem que cause empatia imediata, ele conquista-a à medida que, o conhecemos cada vez melhor. É quase ultrapassado pela predominante presença de Creidhe, É uma heroína muito típica de Juliet Marillier, a eterna sonhadora que sofre muito na adaptação à sua nova vida.  Tem um destino encantador que oferece aos mais utópicos e românticos, uma viagem deliciosa! A filha de Eyvind só peca por ser demasiado perfeita em tudo o que faz... No meio de tantos personagens com defeitos, arrependimentos e remorsos, ela destoa um bocadinho. A leitora dentro de mim prefere-os com falhas, comportamentos dúbios e desvios morais. São mais excitantes! Se bem que, encontrar uma Creidhe de vez em quando não é mau. Pelo contrário, é refrescante e de certo modo, ela foi uma brisa suave. Só que não é das minhas favoritas. Guardião já é outra cantiga! A sua atitude selvagem, disciplina auto-imposta e meiguice visível quando lemos cada vez mais é muito cativante! A sua abnegação fraternal ao pequeno Máscara de Raposa é louvável e enternecedora. E é em Máscara de Raposa que se conjuga quase toda genialidade de Marillier: mística, folclore e crença. É algo que não conseguimos compreender porém, é impossível desviarmos os olhos dele. A autora é perita em criar histórias que assumem contornos de lenda e que ocupam a mente de quem se embrenha nelas.  São cheias de segredos, maldições e terras misteriosas. Quem não gosta de caminhar em tais enredos? Em O Filho de Thor, a escritora era algo repetitiva no final, principalmente, em relação ao casal protagonista. Aqui não! Teve acções inesperadas e surpreendeu-me com a revelação da identidade de Somerled e com a sua escolha e com os tortuosos obstáculos que os protagonistas encontram. Esta é uma belíssima e mágica leitura. Quando a acabei desejei haver um terceiro livro para que pudesse mergulhar de novo no mundo das Ilhas de Luz!
6,5**- EXCELENTE(+)

domingo, 5 de maio de 2013

Outlander-Nas Asas do Tempo de Diana Gabaldon

«Claire leva uma vida dupla. Tem um marido num século e um amante noutro… Em 1945, Claire Randall, ex-enfermeira do Exército, regressa da guerra e está com o marido numa segunda lua-de-mel quando inocentemente toca num rochedo de um antigo círculo de pedras. De súbito, é transportada para o ano de 1743, para o centro de uma escaramuça entre ingleses e escoceses. Confundida com uma prostituta pelo capitão inglês Black Jack Randall, um antepassado e sósia do seu marido, é a seguir sequestrada pelo poderoso clã MacKenzie. Estes julgam-na espia ou feiticeira, mas com a sua experiência em enfermagem, Claire passa por curandeira e ganha o respeito dos guerreiros. No entanto, como corre perigo de vida a solução é tornar-se membro do clã, casando com o guerreiro Jamie Fraser, que lhe demonstra uma paixão tão avassaladora e um amor tão absoluto que Claire se sente dividida entre a fidelidade e o desejo… e entre dois homens completamente diferentes em duas vidas irreconciliáveis. Vive-se um período excepcionalmente conturbado nas Terras Altas da Escócia, que culminará com a quase extinção dos clãs na batalha de Culloden, entre ingleses e escoceses. Catapultada para um mundo de intrigas e espiões que pode pôr em risco a sua vida, uma pergunta insistente martela os pensamentos de Claire: o que fazer quando se conhece o futuro?»

A MINHA OPINIÃO:

Outlander-Nas Asas do Tempo é um livro que me persegue há algum tempo. Apesar de ter espicaçado a minha curiosidade durante meses após o seu lançamento, estive sempre relutante em lê-lo. É uma obra gigantesca com cerca de 800 páginas o que o torna quase impossível de transportar todos os dias. Porém, não era essa pequena contrariedade que me preocupava mais, era o facto de me desiludir e encontrar uma história banal e vulgaríssima mesmo com o grande tema que são as viagens no tempo.  De certo modo, fui ligeiramente defraudada. Gabaldon tem descrições fantásticas e sabe enquadrar o leitor historicamente brindando-o com jocosas intervenções de inúmeros personagens que tornam o livro mais vivo e menos denso. Porém, também consegue atingir um certo nível de seriedade e arrepiar com os factos sórdidos de uma crueldade tremenda em tempo de guerra. Adoro aprender enquanto leio e, este volume propiciou a que eu aumentasse consideravelmente os meus conhecimentos sobre a Escócia e a revolução jacobita. Nesta vertente, a autora encantou-me, é delicioso viajar até ao século XVIII e conhecer cada recanto, cada castelo e cada lei por mais estapafúrdia que seja. Como Claire, a protagonista é enfermeira ainda tive a oportunidade de constatar mais uma vez a diferença abismal da medicina actual para como a de épocas passadas. Mas, este comprovativo não são meras palavras, são descriminadas e enumeradas múltiplas plantas usadas para fins curativos o que dá uma certa credibilidade à história. Enfim, Diana Gabaldon soube  arquitectar o seu romance construindo pontes e edifícios de fundações mais ou menos seguras que nos permite uma leitura fluída e de grande potencial viciador. No entanto, o meu grande problema com este livro concerne ao casal principal, Claire e Jamie. Individualmente, são fortes e cativantes todavia, quando se juntam não abundam verosimilhança. Os momentos meigos que partilham são enternecedores para os mais românticos ou românticas e até na agonia e no desespero, tememos por eles. Contudo, o que não me encaixa é o facto de a Claire se apaixonar tão rapidamente e mesmo após uma surra, ainda gostar dele. Sim, até pode ser uma maneira de lavar a honra e de a salvar ( ainda estou para perceber como!) mas, pelo amor da santa! Nem que ele fosse o último homem à face da terra que eu voltaria para ele... Escusado será dizer, que soltei várias interjeições, algumas nada simpáticas, quando surgiram esses parágrafos. Basicamente, tive de apagar da minha memória essa cena para voltar a apreciar o livro. Ignorando essa fatalidade, Claire e Jamie até evoluem muito bem e é por isso, que quero ler o segundo volume e espero, sinceramente gostar tanto do casal quanto da parte histórica.

4.5/7-MUITO BOM (-)