quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Joana D'Arc de Michel Grèce

Sob a pena inspirada de Michel de Grèce, Joana D'Arc deixa de ser uma pastora analfabeta para se transformar na filha natural de um fidalgo que desde a tenra infância se revelou diferente, voluntariosa, estranhamente determinada. Depressa aprendeu a ler, a domar cavalos, a manejar a espada e a comandar um exército, porque fora escolhida para se tornar a arma secreta da Igreja de França, em luta contra o papado. Mas a fé e as convicções que a animavam eram tão profundas que acabou por se revoltar contra os que a haviam "programado". Surge aos nossos olhos infinitamente mais bela, grandiosa, intrépida e humana. E ao longo das páginas deste romance que revoluciona as normas da História, confrontados com as provas e as divulgações, acabamos por nos interrogar: e se fosse verdade?

A MINHA OPINIÃO:
Este livro estava há algum tempo na pilha para ler. Finalmente, ganhei coragem... Não é que a história não me interessasse... Joana D'Arc é minha heroína favorita, simplesmente não estava familiarizada com o autor,nem tinha recomendações do livro. Foi-me oferecido.
Achei que o princípio do livro era intrigante. Começa pela circulação do boato de que Joana não morrera na fogueira e estava viva. Que alguém trocou de lugar com ela... E pela revelação dos pais verdadeiros de Joana. A entidade do pai é bastante supreendente, aquele que é cognominado de Epífano, um elemento do grupo dos Téologos. Um grupo bastante influente nos destinos do Reino de França. Também é feita uma contextualização histórica. Gostei e fiquei entusiasmada para continuar a leitura. O tempo retrocede e ficamos a conhecer a heroína desde o seu nascimento. Uma rapariga especial e singular que emana uma aura de santidade. Criada por dois camponeses, ela sonha em extravasar as fronteiras da sua aldeia e conhecer o Delfim de França para lhe transmitir a vontade de Deus.
Lê-se bem mas, na minha opinião tem um problema. A maneira como o escritor descreve Joana é distante e impede que o leitor tenha uma empatia significativa por ela. Ela é colocada num pedestal quase inatingível... É corajosa e determinada...Nela quase que só existem virtudes. Perto do fim, vemos uma centelha de orgulho... contudo, ela demasiado fantástica. Não sei se entendem o que eu quero dizer... Sei que Joana D'Arc é canonizada e é a santa protectora de França, todavia todos santos também foram humanos e também tiveram as suas fraquezas. Esta descrição enaltecida da protagonista fez com que o meu entusiasmo refreasse.
A personagem que eu gostei mais foi Jean D'Aulon, um companheiro fiel de Joana. É mais fácil se identificar com ele... Outra coisa que é preciso é ter preserverança para ultrapassar alguns momentos "mortos" ( são poucos...). Momentos que correspondem a cenas em que Joana ou Jean D'Aulon ou algum dos seus amigos não estão e que contêm núcleos pouco atractivos.
Resumindo, foi uma leitura enriquecedora mas não foi um daqueles livros fenomenais, absolutamente irresistíveis.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Um novo Selinho....... Yupi!!!


Recebi este doce selinho da Marta da Chuva de Livros.

REGRAS:

1.Agradecer ao blog que ofereceu o selinho:

Muito obrigada, Marta por este selo mas também por teres um blog maravilhoso que eu adoro visitar. Obrigada pelas tuas sinceras opiniões.
Agradeço também à Tinkerbell que tem um blog viciante como um bom chocolate! E a nataxxa's bookshelf. e à Patrícia do Pedacinho Literário.

Foi-me reencaminhado pela Catarina de Ao Ler o Livro. Obrigada pelo teu blog. Uma doce tentação!
E pela a Tatiana d' O Cantinho da Tati. Um blog muito novinho mas muito promissor.É excelente para adoçar o dia.


2.Indicar 9 blogues para receber o selinho:

Sara Inês - A Magia das Palavras
Catarina- Ao Ler o Livro
Bárbara e Naná - BookManíacas
Jacqueline,Papillon, Juliet Marilier- Cozinha das Letras
MPatricia- Entre Páginas
Carla - Leitura (mais que) Obrigatória
Bauny - Leituras da Bauny
M!riam- Livros, bobagens e guloseimas!
Flicka - Mil Livros, Um Sonho....

3- 9 características minhas:

Amiga
Teimosa
Curiosa
Bem-humorada
Dorminhoca
Gulosa ( só às vezes...)
Organizada
Altruísta ( pelo menos, tento ser...)
Benfiquista ( ferrenha... :p)

4- O meu doce preferido:

Tudo o que tenha chocolate, especialmente a minha receita secreta de gelado.
E o pudim de iorgurte da minha mamã... Humm!... Até me cresce água na boca...

domingo, 27 de setembro de 2009

Levado pelo Mar- Livro I da Saga da Baía de Chesapeake de Nora Roberts


"Levado pelo Mar conta a história de três irmãos, Cameron, Ethan e Philip, antigos jovens deliquentes adoptados por Raymond e Stella Quinn. Os irmãos são tão diferentes uns dos outros quanto é possível, mas têm em comum um imenso amor pelo casal que os adoptou e criou. Agora, adultos e por conta própria, têm de voltar à casa da família para honrar o último pedido do pai .....
Campeão de corridas de barcos, Cameron Quinn viajou pelo mundo esbanjando as suas vitórias em champagne e mulheres. Mas quando na hora da morte o pai o chama para cuidar de Seth, um jovem problemático como ele já fora um dia, a sua vida dá uma reviravolta. Depois de anos de independência, Cameron tem de reaprender a viver com os irmãos, enquanto luta para cozinhar, limpar e cuidar de um rapaz complicado.Antigas rivalidades e novos ressentimentos despertam entre os irmãos, mas tudo terão de fazer para que Seth não saia prejudicado. Pois no final, será uma assistente social que decidirá o destino de Seth e, tão dura quanto bonita, ele tem o poder de unir os Quinn ... ou de os separar para sempre."
A MINHA OPINIÃO:
Só li um livro da Nora Roberts além deste e posso dizer que ela já me conquistou. Com escrita acessível e descontraída é muito fácil se deixar apanhar pela história. Uma história simples mas muito bonita! Este livro incide mais sobre a personagem Cameron , o mais velho dos filhos adoptados por Ray e Stella Quinn. Rapaz problemático e com uma infância horripilante cheia de violência, ele conhece a alegria de uma família feliz e transforma-se num adulto independente e bem sucedido. Vive a vida no limite aproveitando a adrenalina das corridas de barcos e de automóveis. As suas relações amorosas baseiam-se em encontro casuais. Mas tudo isso muda, quando ele e os irmãos prometem ao pai, à beira da morte, cuidar de Seth, um rapaz que tal como eles teve um passado turbulento e sem amor. Podem imaginar a confusão que existe numa casa cheia de homens?
Há cenas absolutamente hilariantes. Cameron é um desastre na lida doméstica. Há de tudo um pouco desde roupa interior branca que ficou cor-de-rosa após uma lavagem e refeições que nem o cão que bebe água da sanita, quer comer. O que eu ri com estes irmãos! E depois há a crescente e enternecedora afeição que Cameron e os irmãos desenvolvem para com aquele rapaz. E ainda existe Anna Spinelli, a assistente social encarregada do caso de Seth que irá fazer a cabeça do Cameron em água com os seus avanços e recuos. Eles têm uma história deliciosa. Sempre a discutir... até voam coisas e tudo. Porém, já não conseguem deixar de pensar um no outro. Cameron ainda lida com o súbito aparecimento do espírito do seu pai, Ray.
No fim, alguns enigmas ficam por resolver. Onde está a mãe biológica de Seth? Qual foi a sua relação com Ray? Será que Ray se suicidou?
Fiquei presa à história e já estou a ler o seguinte da saga... Adorei-a. É simples mas foi uma óptima companhia para os meus tempos livres.
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PS: Obrigada à Sara Inês porque foi através do seu blog que conheci esta família de "malucos".

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Pássaros Feridos de Colleen McCullough


Pássaros Feridos é a saga vigorosa e romântica de uma família singular, os Clearys. Começa no princípio deste século, quando Paddy Cleary leva a mulher, Fiona e os sete filhos do casal para Drogheda, vasta fazenda de criação de carneiros, propriedade da irmã mais velha, viúva autoritária e sem filhos; e termina mais de meio século depois, com a brilhante actriz Justine O’ Neill, muitos meridianos longe das suas raízes, começa a viver o seu grande amor.

Personagens maravilhosas povoam este livro: o forte e delicado Paddy, que esconde uma recordação muito íntima; a zelosa Fiona, que se recusa a dar amor porque este, um dia, a traiu; o violento e atormentado Frank e os outros filhos do casal Cleary, que trabalham de sol a sol e dedicam a Drogheda a energia e devoção que a maioria dos homens destina às mulheres; Meggie, Ralph e os filhos de Meggie, Justine e Dane. E a própria terra: nua, inflexível nas suas florações, presa de ciclos gigantescos de secas e cheias, rica quando a natureza é generosa, imprevisível como nenhum outro sítio na terra.
A MINHA OPINIÃO:


Tudo o que possa dizer nas próximas linhas não faz justiça a esta obra-prima. Perfeita em todos os aspectos! Soberbamente escrita e com uma história tragicamente bela! Diálogos maravilhosos e descrições viscerais e melífluas que me fizeram sentir o sabor e o cheiro da Austrália e conhecer a fundo personagens complexas e absolutamente fascinantes.
Esta saga começa em 1915 na Nova Zelândia com a família Cleary no dia do quarto aniversário de Meggie, a mais nova e única filha numa numerosa prole. A família é na altura, constituída por Paddy e Fee, os pais, e Frank, Bob, Jack, Hughie, Stu e Meggie. Em busca de uma vida melhor, mudam-se para Drogheda, uma grande fazenda australiana, propriedade da irmã de Paddy, Mary Carson. Uma mulher amargurada e egoísta. Em Drogheda, Meggie conhecerá Ralph de Bricassart, um ambicioso e lindíssimo padre católico. Dezoito anos mais velho do que a pequena Cleary, este desenvolve um carinho especial por ela, sendo para ela um tutor e um amigo. Quem não vê com bons olhos esta amizade é Mary Carson. Apaixonada pelo padre não aceita ser negligenciada. À medida que o tempo passa, Meggie torna-se numa mulher e Ralph sofre porque fica dividido entre a sua ambição eclesiástica e o seu amor por ela. Os dois irremediavelmente apaixonados são o fio condutor da história. Porém, existem as vivências das outras personagens. Histórias igualmente belíssimas que davam para escrever outros livros. Adorei a forma como todos interagem...como a autora descortina a alma do ser humano. Tudo isto é enquadrado numa interessante contextualização histórica. A terceira geração Cleary, Justine e Dane, filhos de Meggie é outro dos chamarizes da obra. Os mais novos são influenciados pelos erros dos mais velhos e com eles finda este épico familiar. Demonstra o quão ingrata a vida pode ser e como o orgulho, a ambição, a teimosia... pode enevoar o caminho para a felicidade.
Nem sei bem como recuperar de um livro deste calibre... Foi tão absortivo... Adorei!... É imperdível!
"Existe uma lenda acerca de um pássaro que só canta uma vez na vida, com mais suavidade que qualquer outra criatura sobre a Terra. A partir do momento em que deixa o ninho, começa a procurar um espinheiro, e só descansa quando o encontra. Depois, cantando entre os galhos selvagens, empala-se no acúleo mais agudo e comprido. E, morrendo, sublima a própria agonia e solta um canto mais belo que o da cotovia e o do rouxinol. Um canto superlativo, cujo preço é a existência. Mas o mundo inteiro pára para ouvi-lo, e Deus sorri no céu. Pois o melhor só se adquire à custa de um grande sofrimento... Pelo menos é o que diz a lenda.[...]
O pássaro com o espinho cravado no peito segue uma lei imutável; impelido por ela, não sabe o que é empalar-se, e morre cantando. No instante em que o espinho penetra, não há nele consciência do morrer futuro; limita-se a cantar e canta até que não lhe sobra vida para emitir uma única nota. Mas nós, quando enfiamos os espinhos no peito, nós sabemos, compreendemos. E assim mesmo fazemo-lo."

O Estranho Caso de Benjamin Button de F. Scott Fitzgerald


F. Scott Fitzgerald teve uma actividade literária prolífica e celebrizou-se com romances como "O Grande Gatsby" e "Tender Is the Night", além de cerca de 160 contos. "O Estranho Caso de Benjamin Button" foi publicado em 1922 e foi uma das histórias fantásticas através da qual o autor recolheu o aplauso unânime da crítica. Neste conto comovente onde o humor é uma nota dominante, Fitzgerald criou a história de um homem que desafia as leis naturais da vida ao nascer velho e com o passar dos anos em vez de se tornar ainda mais idoso, assiste progressivamente ao rejuvesnecimento do seu corpo e mente até terminar a vida sob a forma de uma criança. Com setenta anos, sofre a incompreensão por parte do pai que procura por todos os meios camuflar a sua estranha aparência, esperando que a alta sociedade a que pertence feche os olhos a tão grande despropósito. Os anos vão passando, e para Benjamin crescer equivale a desenvelhecer. Quando atinge os cinquenta anos uma rapariga de vinte apaixona-se por ele e chegam a casar e a ter um filho, mas quando Benjamim se torna mais novo, com vinte anos, desapaixona-se da mulher, entretanto velha e em processo de decadência. O tempo vai passando e agora Benjamin experimenta as agruras da adolescência, as humilhações de não ser adulto até que se torna criança. Uma vida inusitada que contraria a ordem natural das coisas até ao inevitável fim.

A MINHA OPINIÃO:
Este é um conto que se lê em pouco mais de uma hora. Não é uma obra-prima mas vale pelo conceito inovador da história. Benjamin nasce velho e à medida que cresce, rejuvenesce.
Este conto faz-nos reflectir sobre a efemeridade da vida. Que não importa as circunstâncias em que nascemos, o fim é inevitável e que devemos aproveitar os todos os dias. Carpe diem!...
De realçar que existem diferenças significativas entre o filme e o conto. Neste caso, prefiro a longa-metragem.

domingo, 20 de setembro de 2009

Salva-me de Guillaume Musso

"Uma história encantadora repleta de fantasia, "suspense" e amor. O insólito encontro entre Juliette e Sam é explosivo e mágico. Mas o apaixonado fim-de-semana que vivem juntos é maculado pela mentira. Sam, viúvo, diz ser casado; Juliette, empregada num café, diz-se advogada. Juliette tem de regressar a Paris e Sam acompanha-a ao aeroporto. É o instante decisivo em que o destino deles pode mudar, mas nem um nem outro ousa pronunciar as palavras necessárias. Meia hora mais tarde, chega a notícia: o avião de Juliette explodiu em pleno voo. Sam é agora um homem desesperado. Está longe de imaginar que a história deles não acaba aqui... "

A MINHA OPINIÃO:
Esta é a segunda obra de Guillaume Musso que leio este ano. Do pouco que conheço deste autor posso dizer que é muito supreendente. As suas histórias têm sempre um toque de originalidade muito cativante.
Este é uma mistura de romance, mistério e policial temperada com uma colher de sobrenatural. Tem uma escrita fluida, simples e agradável. Li-o em pouco tempo. Quando atingi o "miolo" do livro não o consegui largar.
Nesta história, os protagonistas são Sam e Juliette. Sam Galloway é médico e refugia-se no trabalho para não pensar no suícidio da mulher, Frederica. Continua a visitar a sua campa todos os dias e a falar com ela apesar de ela já ter falecido há quase um ano. Juliette é uma aspirante actriz, natural de França que partiu para os Estados Unidos em busca do sonho americano. Uma procura que se revelou um desastre. Conhecem-se quando Sam quase atropela Juliette na Broadway. As faíscas saltam e apaixonam-se à primeira vista. Partilham um fim-de-semana inesquecível mas por uma razão ou por outra, não contam toda a verdade sobre as suas identidades. Na segunda-feira, Sam acompanha-a ao aeroporto para depois receber a trágica notícia de que o avião em Juliette seguia se despenhou. Contudo, Juliette está viva contrariando as leis do destino. Aqui entra em cena, Grace, uma mulher com uma forte ligação ao Além, e é ela que desencadeará uma série de acontecimentos absolutamente imprevisíveis. Não posso adiantar muito porque senão acabo por contar tudo. O que posso dizer é que houve alturas que fiquei com o coração apertadinho e outras que quis "acabar" com a Grace por querer destruir a felicidade do Sam e da Juliette. Atenção, não coloquem a Grace como um vértice de um triângulo amoroso, não é nada disso. Lembrem-se que Musso condimenta esta história com uma pitada de sobrenatural.
Em suma, é um livro que adorei.Mais uma experiência única... e que recomendo.
Têm sido bastantes nos últimos tempos!
"... Se já amou sinceramente uma vez na vida, tem todas as hipóteses de amar novamente..."

"A única verdade sobre a Terra é que nunca sabemos de que se fará o amanhã"

sábado, 19 de setembro de 2009

Poeta...



Poeta vive isolado
nas palavras enrolado,
vive no seu canto, calado.
Canta o fado...
vive todos dias apaixonado!
Pelo papel e tinta enamorado,
ele sorri,
e exalta o verso brilhante e emocionado.
Poeta vive isolado
no coração das letras, aprisionado
vive no seu canto, maravilhado.
Poeta
canta o destino e o fado...
Vive todos os dias em busca do inesperado!


Jojo

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Poço das Sombras- Livro III d'As Crónicas de Bridei

"Em missão secreta na Irlanda por ordem do Rei Bridei de Fortriu, Faolan tem também de dar a notícia da morte de um bravo guerreiro. Porém, o principal assassino e espião de Bridei tem de enfrentar os demónios do passado sombrio da sua família com resultados inesperados. Quando segue o rasto de um poderoso clérigo cristão que pode ser uma ameaça para a estabilidade do reino pagão de Bridei, Faolan torna-se responsável por uma criança, um cão e Eile, uma jovem perturbada e desconfiada. Para Eile, a viagem a Fortriu é uma confrontação. Acostumada a uma vida de privações e labuta, a jovem vê-se perante um mundo estranho, cheio de lições novas, onde o principal desafio é aprender a confiar nas pessoas. Na corte de Bridei, em Monte Branco, notícias perturbadoras vindas do reino vizinho de Circinn, levam o Rei a convocar a conselho os seus chefes-de-guerra. Após o desaparecimento do principal conselheiro de Bridei e a morte trágica de uma jovem criada, a ameaça provocada pela influência cada vez Maior da Cristandade parece ser o menor dos perigos..."



A MINHA OPINIÃO:
Simplesmente estupendo!... Como esta senhora sabe escrever! Mais um livro belíssimo! Embora este seja um pouco mais sereno que os anteriores não deixa de ser muito mas muito bom. Neste livro, Faolan, em missão na Irlanda, conhece Eile e sua filha Saraid. Ele e Eile têm algo muito semelhante, ambos têm um passado tenebroso e a sua capacidade de amar foi corrompida. Depois de resgatar Eile da casa onde esta vivia, onde era violentada e escravizada, Faolan regressa a Fortriu levando consigo ela e a pequena filha. Uma viagem que se revela longa mas também reveladora dos seus sentimentos. Em Fortriu, reencontrei com muita alegria: Bridei, Tuala, Derelei e outras personagens de quem sentia muitas saudades.
Uma obra escrita com maestria com toque de mistério, amor e muita magia. Ao fechar o livro caí em mim e fiquei com uma pontinha de tristeza por ter de deixar as Crónicas de Bridei. Juliet Marillier tornou-se uma das minhas escritoras favoritas. Fui completamente arrebatada pela escrita desta neo-zelandesa. Recomendo qualquer um destes livros sobre o reinado de Bridei... São todos magníficos!... Façam o favor de os ler...

PS: Um único senão... as traduções. Não sei porque "carga de água", os tradutores têm necessidade de traduzir tudo e mais alguma coisa incluindo os nomes de lugares que não tinham sido traduzidos no livro anterior. Às vezes, conseguem mesmo meter os pés pelas mãos...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A Espada de Fortriu- Livro II d' As Crónicas de Bridei de Juliet Marillier

A "Espada de Fortriu" cobre os primeiros seis anos do reinado de Bridei como rei de Fortriu.O reino de Fortriu gozou cinco anos de paz desde que Bridei chegou ao trono. Agora, o rei prepara-se para uma guerra há muito esperada que, segundo pensa, banirá para sempre do Ocidente os invasores Galeses. A princesa Ana, refém de Fortriu desde a sua infância, é enviada para Norte, para se casar, estrategicamente, com um líder que nunca viu, e com isso ganhar um aliado no qual se baseia a vitória de Bridei. A sua escolta é conduzida por um homem que ela despreza: o enigmático Faolan, assassino e espião de Bridei.
A MINHA OPINIÃO:
Mais um livro das Crónicas de Bridei, mais uma leitura maravilhosa. Mitologia, magia, romance, lealdade, traição e amizade tudo se conjuga magistralmente mais uma vez. Cada vez mais admiro a escrita de Marillier. Quando fechei o livro fiquei simultaneamente deliciada e com uma sensação de vazio por ter de deixar personagens tão magníficas. Nesta história, o rei Bridei passa para segundo plano cedendo o lugar de protagonista a Faolan. Um homem que foi apresentado no primeiro livro das Crónicas. Enigmático e misterioso, ele é encarregue de escoltar a princesa Ana ao território de Alpin. O casamento de Alpin e de Ana forjará uma aliança fundamental para os destinos do reino de Bridei. Durante a longa caminhada, Faolan desenvolve um amor impossível por Ana e fica dividido entre o dever e a paixão. Quando chegam à Fortaleza de Alpin, descobrem que nem tudo o que parece é e as paredes do castelo escondem segredos há muito adormecidos. Um homem é prisioneiro na mais sombria das masmorras... Ele será determinante para o desenlaçe da história de Ana e Faolan mas também decisivo na guerra que se avizinha.
Mais um livro que adorei! Mais um fenomenal deleite!... Achava que não era possível mas este livro superou em muitos aspectos o anterior. Ler Juliet Marilier é um experiência singular e inesquecível.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

O Espelho Negro- Livro I d' As Crónicas de Bridei de Juliet Marillier

Bridei tem quatro anos quando os seus pais o confiam a Broichan, um poderoso druida do reino de Fortriu, com quem aprenderá a ser um homem erudito, um estratega e um guerreiro. Bridei desconhece que a sua formação obedece ao desígnio de um concelho secreto de anciãos e que está destinado a desempenhar um papel fundamental no destino do instável reino de Fortriu.Depois das séries "A Saga das Ilhas Brilhantes" e "Sevenwaters", com a qual recebeu vários prémios internacionais, a mais conceituada autora de fantasia da actualidade apresenta agora um poderoso romance sobre dever, destino e desejo.
A MINHA OPINIÃO:
Estou sem palavras!... Um livro absolutamente e irrepreensivelmente mágico... Sinceramente, alguém devia colocar uma placa sobre o livro que diga: Interdito a pessoas viciadas em livros. Se eu vos disser que comecei ontem à noite esta história com 550 páginas e terminei hoje estão a ver o quão cativante o livro foi.
A história começa quando os pais de Bridei o enviam para viver com druida Broichan. Com ele aprenderá e se instruirá nas artes da guerra e da erudição. Mas, um dia sucede algo que druida não preveu. Bridei sob a luz da Lua, A Que Brilha, encontra à porta de casa uma bébé. Uma bébé com origem nos Boa Gente. Um povo que muitos consideram maléficos e de intenções duvidosas. Contra tudo e contra todos, Bridei consegue que a menina cresça na casa de Broichan, seu pai adoptivo. Com o passar dos anos, o amor fraterno que liga Bridei a Tuala, a rapariga, transforma-se num amor doce e infinito. Todavia, o destino de ambos segue caminhos diferentes. Ele tenta consquistar o titulo de rei de Fortriu e ela vê-se como um obstáculo no caminho de Bridei. Foge de casa e tenta encontrar o seu caminho. Um livro onde encontramos intriga palaciana, magia, romance e que sabe a épico.
Soube tão bem ler este livro que quando o fechei só queria pegar no próximo para não sair deste mundo fantástico. Se já gostava do livro, no fim, fiquei completamente rendida. Está carregado de momentos inesquecíveis. Um dos meus favoritos é o reencontro de Bridei e Tuala. Gostei tanto, mas tanto que não o consigo expressar tal é o meu fascínio. Ainda bem que comprei a trilogia de uma assentada senão estava aqui a suspirar pelo segundo das Crónicas.

domingo, 13 de setembro de 2009

Samarcanda de Amin Maalouf

Numa época de obscurantismo e fanatismo religioso. Omar Khayyam, o grande livre-pensador do Oriente, foi capaz de oferecer ao mundo uma mensagem hedonística e heterodoxa.
Este poeta, filósofo, astrónomo e matemático persa do século XI deixou escrita uma colecção de poemas, os célebres Robaiyat, nos quais aflora o mais refinado da perdida civilização persa. Seguindo esse manuscrito durante quase um milénio. Maalouf Introduz-nos na apaixonante história da Pérsia através de um espectacular fresco em que a cidade de Samarcanda se destaca como protagonista.


A MINHA OPINIÃO:

Finalmente acabei este livro... Ufa... estava a ver que não conseguia. Confesso que já peguei nele várias vezes e acabei sempre por deixá-lo em detrimento de outro. O princípio do livro não me agarrava de maneira nenhuma. Mas como sou casmurra voltei a lê-lo. Depois dos primeiros capítulos tudo se tornou mais fácil. Contudo, a escrita de Maalouf para mim não é muito convidativa. Desculpem lá os apaixonados do autor... Claro que a descrição da cultura muçulmana é notável e foi muito enriquecedora porém, houve alturas em que eu simplesmente não atinava com aquilo. A história está dividida em duas partes mas o narrador é o mesmo, Benjamin Omar Lesage. A primeira parte refere-se a vida de Omar Khayyam, um sábio persa, poeta e astrónomo. Viveu no século XI e foi um revolucionário de ideias e foi ele que escreveu o famoso Manuscrito de Samarcanda. Nesta parte conhecemos as suas aventuras pela Pérsia e através dele conhecemos outras personagens singulares. As que mais me marcaram foram Hassan Sabbah (fundador da seita dos Assassinos) e Djahane, a mulher de Omar cuja ambição foi superior ao seu amor. A segunda parte do livro fala do próprio Benjamin O. Lesage e a sua busca incessante pelo Manuscrito de Samarcanda há muito desaparecido e situa-se no século XIX. Não fiquei uma admiradora de Amin Maalouf... Talvez leia mais um livro dele mais tarde mas não me convenceu muito. Há opiniões e opiniões e a minha parece discordar dos milhares de leitores que este senhor tem. Eu pelo menos tive uma desilusão tremenda porque tinha ouvido falar fabulosamente deste escritor e infelizmente, não gostei assim tanto. Melhores leituras virão!... Deixo alguns excertos que eu gostei:

"Desta vez, o seu olhar acha-se longe, ela dava-me a comtemplar o seu perfil, a sua pele tisnada de tão pura textura. Se a doçura possuísse uma tez, seria a dela; se o mistério possuísse uma fulgência, seria a dela.Eu tinha as faces humedecidas, as mãos frias. A felicidade batia-me nas têmporas.Meu Deus, como era bela, a minha primeira imagem do Oriente! Uma mulher como somente saberiam cantá-la os poetas do deserto: a cara o sol, teriam eles dito, os seus cabelos sombra protectora, os seus olhos fontes de água fresca, o seu corpo a mais airosa das palmeiras, o seu sorriso uma miragem."

"Os viajantes andam demasiado apressados nos nossos dias, impacientes de chegar, de chegar a todo o custo, mas não é só ao fim do caminho que se chega. A cada etapa chegamos a algum lado, a cada passo podemos descobrir uma face oculta do nosso planeta, basta olhar, desejar, acreditar e amar."


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Nunca me Esqueças de Lesley Pearse


"Num dia...Com um gesto apenas...A vida de Mary mudou para sempre.Naquele que seria o dia mais decisivo da sua vida, Mary – filha de humildes pescadores da Cornualha – traçou o seu destino ao roubar um chapéu.O seu castigo: a forca.A sua única alternativa: recomeçar a vida no outro lado do mundo.Dividida entre o sonho de começar de novo e o terror de não sobreviver a tão dura viagem, Mary ruma à Austrália, à época uma colónia de condenados. O novo continente revela-se um enorme desafio onde tudo é desconhecido… como desconhecida é a assombrosa sensação de encontrar o grande amor da sua vida. Apaixonada, Mary vai bater-se pelos seus sonhos sem reservas ou hesitações. E a sua luta ficará para sempre inscrita na História. Inspirada por uma excepcional história verídica, Lesley Pearse – a rainha do romance inglês – apresenta-nos Mary Broad e, com ela, faz-nos embarcar numa montanha-russa de emoções únicas e inesquecíveis."
A MINHA OPINIÃO:

Não se deixem enganar pela capa ou pela sinopse como eu. Confesso que quando encontrei este livro na livraria estava à espera de uma história romântica daquelas de embevecer as pedras. Enganei-me mas ainda bem. Foi neste livro que conheci Mary Broad. Uma mulher cuja vida é marcada pela tragédia e infortúnio. Contudo, ela não se deixa abater e vai à luta. Fiquei ainda mais impressionada quando descobri que ela existiu mesmo. Ela é capaz de tudo por amor aos filhos e pela sua sobreviviência. Existem livros que nos marcam para sempre e este foi um deles. Lesley Pearce têm uma escrita emocionante e comovente e que nos faz querer mais e mais e capaz de nos levar às lágrimas.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Alguns devaneios que moram cá em casa...


Esses são alguns dos inquilinos do meu quarto... Adoro o aroma a livros. Eles vão aparecendo e vão ficando na pilha à espera da vez. Ainda tenho tantos para ler. Qualquer dia, afogo-me em livros. :D

domingo, 6 de setembro de 2009

Novo Selinho...


Este selinho foi-me dado pela Sara Inês do blog A Magia dos Livros.
O meu muito obrigado...

Regras do selinho:
* Postar o selinho no Blogue;
* Informar os "premiados" do selinho;
* Dizer 5 coisas que você adora na vida.

Coisas que adoro na vida:
- A minha família ( pais, mano, titios e primos)
- Os meus amigos e amigas
- Os meus animaizinhos de estimação ( os meus cães: Snoopy, Tejo, Toi e a Preta )
- Ler ( óbvio) e escrever
- Espalhar boa disposição e alegria por esse mundo fora.

Vou oferecer este selinho a:

...viajar pela leitura... da Paula

Mil Livros, Um Sonho da flicka

Read to Grow Europe da beatriz

Entre Páginas da MPatricia

Crystianne Ramos

Se me esqueci de alguém considerem-se premiados também.



sexta-feira, 4 de setembro de 2009


Volta para mim,
De encontro ao meu coração,
Na beleza do mar
Na sombra da tempestade
Faz o sol raiar
Seja noite,
Seja dia,
Volta para mim,
Ó resplandecente guia...
Ó brilhante professor...
Eu rendo-me!

Jojo

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Estarás aí? de Guillaume Musso


"São Francisco. Elliott, médico apaixonado, nunca se recompôs do desaparecimento de Ilena, a mulher que ele amava, morta há 30 anos. Um dia, uma situação extraordinária permite-lhe recuar no tempo e encontrar o jovem que ele era, há 30 anos atrás. Elliott regressa ao instante decisivo em que um gesto seu pode salvar Ilena e modificar o destino implacável que determinara a sua vida desde então."
A MINHA OPINIÃO:
Esta sinopse de poucas linhas foi o suficiente para me apaixonar por este livro à primeira vista. Gostei tanto que quase deixei de lado o outro livro que estava a ler, Samarcanda de Amin Maalouf. Li as primeiras páginas de Estarás aí? e fiquei logo prisioneira da estória. A minha sofreguidão foi tanta que li o livro em poucas horas. As linhas que tecem este romance são simples.Elliot perdeu a mulher que amava há 30 anos e desde aí nunca mais foi um ser pleno e completo. Numa missão da Cruz Vermelha ao Camboja, o cirurgião ajuda uma criança com lábio leporino. Como agradecimento, o chefe da aldeia da criança oferece a Elliot um frasco com dez comprimidos dourados que segundo ele lhe permitirá rever Ilena, a mulher que o médico amava. A partir daqui a estória desenvolve-se entre o futuro e o passado fazendo lembrar um filme que vi em tempos, Efeito Borboleta, pois se o passado sofrer alguma alteração esta repercutir-se-á no futuro. O ritmo e a dinâmica são alucinantes e irresistíveis. Outra coisa que gostei neste livro foi facto de o autor colocar citações famosas ou não no início de cada capítulo. O final do livro é absolutamente apoteótico e atribulado o que faz com uma viciada em livros como eu não o consiga largar. Um livro que me fez reflectir sobre a efermeridade das coisas, ou seja, que devo agarrar os momentos e dar valor aquilo que tenho antes que desapareçam.
Guillaume Musso será de certeza um autor que continuarei a seguir e já tenho outro livro dele em mente para ler.
Quem nunca leu, que leia é uma experiência única.
Algumas das citações que autor colocou no início dos capítulos da obra:
"E preserva os teus sonhos(...). Nunca se sabe quando poderás precisar deles." Carlos Ruiz Zafón
"Por mais que faça , pense ou acredite, e ainda que possua todo o conhecimento do mundo, se não amar, nada será." Marcelle Sauvageot
"Os amigos e os livros querem-se poucos mas bons". Ditado popular
"O problema não é não de dispormos de tempo. O problema é de perdermos muito." Séneca