domingo, 25 de novembro de 2012

O Hobbit de J.R.R. Tolkien

"O Hobbit" é a história das aventuras de um grupo de anões que vão à procura de um tesouro guardado por um terrível dragão.
São relutantemente acompanhados por Bilbo Baggins, um hobbit apreciador do conforto e vida calma. Encontros com elfos, gnomos e aranhas gigantes, conversas com o dragão, Smaug, o Magnífico, e a presença involuntária na Batalha dos Cinco Exércitos são algumas das experiências por que Bilbo passará. "O Hobbit" é não só uma história maravilhosa como o prelúdio a "O Senhor dos Anéis".

A MINHA OPINIÃO:

Para mim, os livros de J.R.R.Tolkien são uma preciosidade de valor quase inexplicável! A verdade é que jamais conseguirei fugir da sua magia ou ser completamente imparcial quando os leio ( ou releio).  São livros que me salvaram, literalmente, de uma cama de hospital. Quando estamos doentes procuramos desesperadamente uma escapatória nem que seja, uma simples viagem literária por mundos tão brilhantemente construídos que nos perdemos neles e por um momento, esquecemos o que nos transtorna. Anos volvidos após este pequeno contratempo e perante a iminente adaptação cinematográfica de Peter Jackson resolvi mergulhar de novo nas páginas de O Hobbit. Correndo o risco de ser demasiado sentimentalista afirmo com toda a convicção que estava cheia de saudades da Terra Média: da simplicidade do Shire, da magnificência de Rivendell e da sensação de aventura que nos invade sempre que surgem  Anões, Feiticeiros, Elfos e Hobbits. Tolkien é comparável a um avô a narrar histórias aos netos. É um dom raríssimo e poucos escritores o têm! O Hobbit não é tão majestoso e tão grandioso como a famosa trilogia que precede porém, é igualmente cativante e um belo começo para uma relação que se prevê longa com o mundo do Senhor dos Anéis. Há claramente uma Terra Média em construção e muito menos abrangente de que nos livros seguintes no entanto, o equilíbrio que o autor consegue entre a infantilidade e a força da metáfora é algo de extraordinário. Apesar de existirem seres saídos da profícua imaginação de Tolkien também há os valores, os sentimentos e as emoções que são tão comuns e mundanas que é impossível não nos apegarmos a este pequeno livro. Tudo isto dá uma nova dimensão à obra! Se a lermos sem nos imergirmos totalmente nela corremos o risco de não alcançarmos a plenitude da sua mensagem. Bilbo Baggins encarna o relutante herói que, finalmente compreende que não importa a nossa imagem ou aquilo que erroneamente pensam de nós, o que conta é aquilo que vivemos, sem estarmos presos a falsos julgamentos, tradições ou costumes ridículos. O humor ingénuo de Bilbo é delicioso particularmente, no jogo de adivinhas com Gollum ou a interrogar Smaug, o dragão. O hobbit é o protagonista mas, mesmo gostando dele, não é  o meu favorito. Esse prémio pertence a Gandalf! O feiticeiro é provavelmente, das mentes mais astutas e previdentes do livro pois, é ele que maquina o despoletar de um novo e mais arrojado Bilbo. Claro que os Anões também são uma mais valia a multiplicar por treze! São tantos, tão iguais e tão diferentes e ao mesmo tempo, hilariantes. Thorin é aquele que se destaca porque é o que tem uma jornada maior. Ele tem de percorrer o caminho que o levará a encontrar-se consigo próprio. O Hobbit é indispensável para os admiradores de Tolkien e um belo começo para os que têm medo de iniciar a trilogia. Aqui encontrarão um livro de acção, sem grandes descrições que enamora o leitor e fá-lo piscar o olho aos volumes seguintes!

6/7-EXCELENTE

TRAILER DO FILME:

O filme está a chegar e tal como a trilogia do Senhor dos Anéis é realizado por Peter Jackson.



sábado, 10 de novembro de 2012

Os Homens que Odeiam as Mulheres ( Milenium I) de Stieg Larsson


“O jornalista de economia MIKAEL BLOMKVIST precisa de uma pausa. Acabou de ser julgado por difamação ao financeiro HANS-ERIK WENNERSTÖM e condenado a três meses de prisão. Decide afastar-se temporariamente das suas funções na revista Millennium. Na mesma altura, é encarregado de uma missão invulgar. HENRIK VANGER, em tempos um dos mais importantes industriais da Suécia, quer que Mikael Blomkvist escreva a história da família Vanger. Mas é óbvio que a história da família é apenas uma capa para a verdadeira missão de Blomkvist: descobrir o que aconteceu à sobrinha-neta de Vanger, que desapareceu sem deixar rasto há quase quarenta anos. Algo que Henrik Vanger nunca pôde esquecer. Blomkvist aceita a missão com relutância e recorre à ajuda da jovem LISBETH SALANDER. Uma rapariga complicada, com tatuagens e piercings, mas também uma hacker de excepção. Juntos, Mikael Blomkvist e Lisbeth Salander mergulham no passado profundo da família Vanger e encontram uma história mais sombria e sangrenta do que jamais poderiam imaginar.”

A MINHA OPINIÃO:

O género policial sempre foi um pouco renegado para segundo plano nas minhas leituras actuais. Quando era adolescente adorava e devorei os livros de Agatha Christie porém, ao longo dos anos e após algumas desilusões, o meu interesse por este tipo de livros foi esmorecendo. Quando parto para uma viagem literária espero que me surpreenda e não há nada mais decepcionante do que solucionar o mistério nas primeiras páginas. Felizmente, Os Homens que Odeiam as Mulheres não cai neste marasmo. É trepidante, chocante e incrivelmente acirrante! A culpada é Lisbeth Salander. É uma personagem bizarra devido à sua aparência física, ao seu figurino e algumas das suas acções inesperadas porém, no seu âmago está uma mulher inteligente, resiliente e uma história brilhante de superação. Mikael Blomkvist é quem abre o livro contudo, falta-lhe o brilho atractivo de Lisbeth. É um início moroso mas, a introdução da protagonista é comparável a um furacão que transforma a leitura num verdadeiro vendaval de emoções e de acontecimentos sucessivos e intrigantes! E a corrida à resolução de um mistério com quase quarenta anos é lançada... Harriet Vanger desapareceu sem deixar rasto de uma pequena localidade onde todos se conhecem num dia fatídico que Mikael é contratado para esmiuçar. Tudo faria prever que Lisbeth e Mikael jamais teriam química juntos e, confesso que cheguei a temer que o prazer de ler esta obra se desvanecesse todavia, esta suposição revelou-se totalmente falsa. A rapariga desconfiada e socialmente inadequada e o jornalista caído em desgraça são uma dupla irresistível não no sentido romântico mas, na sua excentricidade. Não podiam ser mais diferentes um do outro não obstante, complementam-se como duas faces da mesma moeda. Os dois são claramente o foco principal de Stieg Larsson além da grande interrogação que paira sobre todo o livro: " O que aconteceu a Harriet?". O escritor não aprecia eufemismos! É cru e de uma realidade gráfica impactante! O leitor não é poupado a descrições violentas ou a momentos de verdadeiro terror. À medida que a investigação avançou fui avassalada pela mesma sensação de perseguição que Mikael experimentou e cada célula do corpo protestou perante as injustiças e atrocidades que acometeram Lisbeth. No entanto, as personagens secundárias também são, no mínimo fascinantes. O adjectivo fascinante pode ser aqui conotado positivamente ou negativamente quanto o fundimos com o carácter de cada membro da família Vanger. Resumindo, é uma família disfuncionalmente e oficialmente estrambólica! Porém, bons, maus ou simplesmente malucos, eles com a sua dinâmica familiar peculiar agarram-nos ainda mais às páginas do livro. Stieg Larsson é mestre em fazer-nos suspeitar de tudo, de todos e até das nossas próprias sombras! Ele abre um círculo no primeiro capítulo e fecha-o em beleza no último. Não há nada que fique sem resposta relativamente ao desaparecimento de Harriet. Obviamente, alguns aspectos ficam em aberto para o segundo volume mas, são sobretudo relacionados com Lisbeth e Mikael e eu estou desejosa de os ler. Este é um livro que me fez entrar numa cultura nórdica completamente distinta da minha. Os nomes,os lugares e os costumes difíceis de memorizar foram inicialmente desconcertantes todavia, este obstáculo foi rapidamente debelado assim que o mistério me acenou. Os Homens que Odeiam as Mulheres ( continuo a preferir o título em inglês, The Girl with a Dragon Tattoo) é perturbante, compulsivo e uma tentação para quem prefere embrenhar-se num thriller recheado de acção e adrenalina!

6/7-EXCELENTE

PS: Obrigada N. pela prendinha!

TRAILER DO FILME:

Existem duas adaptações ao cinema, uma sueca e uma americana. Coloco aqui a americana por ser a mais recente datando de 2011. Realizada por David Fincher foi nomeada ao Óscar de Melhor Actriz graças à interpretação de Lisbeth por Rooney Mara.