A MINHA OPINIÃO:
Sense & Sensibility (2008) é uma mini-série de três episódios produzida pela BBC baseada no livro homónimo de Jane Austen. Andrew Davies, o argumentista, é audacioso marcando o início do primeiro episódio com uma cena de sedução. Choca porque não é definitivamente algo que Jane Austen escreveria. Cria animosidade contra uma personagem que aparecerá de novo mais tarde. Admito que tira o factor surpresa a essa história particular para quem nunca tenha lido o livro. Porém, esta adaptação não deve ser julgada tão severamente por este acontecimento. Aliás, após este incidente retorna ao bom temperamento "austiano" e cada momento é pautado pela sobriedade mas também pela genuína emoção. Três episódios permitem aprofundar personagens secundárias que num filme não teriam tanto tempo para brilhar como a emproada Mrs Ferrars ( Jean Marsh). Ela e a filha, Fanny (Claire Skinner) são insuportáveis com a sua tendência para o mexerico e para a aparência. O ódio que lhes ganhei rapidamente se transformou em comiseração ou mesmo riso porquanto da sua ridícula figura. As irmãs Steele que tem um papel pequeno mas, vital nesta história também são mais elaboradas e Anne proporciona humor com as suas maneiras desajeitadas. O Coronel Brandon é outra personagem que é bem mais desenvolvida que nas adaptações posteriores o que muito agradou visto ser das minhas favoritas no livro. David Morrisey não corresponde inteiramente a descrição física de Austen mas, encarna Brandon com primor dotando-o daquele sentido de honra inabalável. Por outro lado, Willoughby (Dominic Cooper) é retratado obscuramente e com uma aura quase maquiavélica. Não gostava muito dele no livro e aqui ainda gostei menos.
Quanto as protagonistas, Marianne e Elinor, elas trocaram-me às voltas. No livro, preferi Marianne (Charity Wakefield), a mais emotiva e romântica todavia, nesta mini-série adorei Elinor. Hattie Morahan criou uma mulher estóica, sensata tal como no livro e acrescentou-lhe um toque de vulnerabilidade que muito apreciei. É impossível não gostar dela e não torcer pela sua felicidade. A Marianne de Wakefield não me apaixonou tanto não obstante é uma interpretação impecável e a química entre as duas irmãs é fabulosa!
Edward Ferrars de Dan Stevens é um total gentleman. A acreditar em reencarnações, diria que Stevens deveria ter sido um lorde na época vitoriana. Quem conhece Downton Abbey, perceberá o que eu quero dizer. Os papéis de época assentam-lhe perfeitamente. É muito expressivo e a ternura e o calor humano que emana destaca-o da restante família e tal como as Dashwood(s) adorei-o.No geral, o elenco é muito competente e aprazível e a mini-série vive muito dele. Sofri, ri, regozijei e vi os episódios todos numa noite de tão viciantes que eram. Os cenários também são magníficos: as grandes mansões, o verde quase irreal do campo e a beleza da casa das Dashwood (s) beira à mar são de tirar o folêgo!
Uma adaptação de um clássico como esta nunca poderá agradar a todos os espectadores. Haverá sempre alguém que não concordará com certos pormenores porque criou uma imagem completamente oposta quando leu o livro. Eu incluo-me no grupo dos que a apreciaram bastante e atrevo-me a afirmar que a achei mais emotiva e arrebatadora que o livro.
TRAILER:
Apanhei um susto ao ler o teu post. Acho que já vi esta adaptação umas duas ou três vezes, mas nunca depois de ter visto Downton Abbey, por isso foi uma surpresa ver aí o Dan Stevens. xD
ResponderEliminarGosto imenso da Elinor, a sua postura sóbria e discreta agrada-me, especialmente quando vemos numa certa cena com a irmã que ela também sente muito as coisas, apenas não é tão efusiva como a Marianne. É uma história bem gira, especialmente pela relação entre as duas irmãs. :)
p7,
Eliminarele está lá!:p
Lembro-me bem dessa cena. É das minhas favoritas porque a Marianne percebe, finalmente, que ela não é a única a sofrer por amor. Só porque a irmã não o demonstre, não quer dizer que não o sinta.
Eu sou de opinião que se misturassem esta adaptação com a de 1995 teriam adaptação perfeita. Como isso não é possivel temos duas adaptações que têm algumas falhas, mas são de uma maneira geral bastante boas.
ResponderEliminarMadrigal, nunca tinha pensado nisso mas, era bem capaz de resultar!
EliminarTambém gosto muito do filme. O Alan Rickman está soberbo assim como a Kate Winslet.
para mim a Kate Winslet é superior à actriz que faz Marianne na s+erie, mas a da série, bate a Emma Thompson. Por isso eu digo que as duas misutaradas era a adaptação perfeita :)
EliminarÉ exactamente o que eu penso!xD A Emma Thompson é boa actriz mas não me comove muito nesse filme. A da série está perfeita!
EliminarOlá Jojo... não vi esta série, mas fiquei muito curioso... sabes onde posso ver? estará disponivel legendada na net?
ResponderEliminarQuanto a Dan Stevens... é de facto um actor que se adequa perfeitamenete a género de papeis, genial e uma pena, ter decido abandonar Downton Abbey. No entanto é totalmente diferente ( e sem esse calor humano de que falas) em "A linha da Beleza" o Romance de Allan Hollynghurst Vencedor do Booker Prize 2004 que foi adaptada para televisão, julgo também pela BBC, e tem o mesmo nome que o livro. O Personagem de Stevens é detestável:
http://nososlivros.wordpress.com/2012/02/22/a-linha-da-beleza-alan-hollinghurst/
eu conheço a série, até tenho em dvd, é um bom trabalho do Dan Stevens, apesar da personagem detestavel, mas todos os personagens da série são :)
EliminarOlá Nuno,
EliminarEu vejo-a sem legendas e tive de fazer um download completo dela via torrent. Se quiseres explico-te como se faz:)
Essa que falas também já a tenho mas ainda não tive oportunidade de a ver.
Beijinhos*