domingo, 2 de janeiro de 2011

O Homem do Castelo Alto de Philip K. Dick



Estamos em 1962. A Segunda Guerra Mundial terminou há dezassete anos e a população já teve tempo de se adaptar à nova ordem mundial. Mas não tem sido fácil: o Mediterrâneo foi drenado, a população de África foi eliminada e os Estados Unidos da América divididos entre nazis e japoneses.
Na zona neutra que divide as duas superpotências vive o homem do castelo alto, autor de um bestseller de culto, uma obra de ficção que oferece uma teoria alternativa da história mundial em que o Eixo perdeu a guerra. O romance é um grito de revolta para todos aqueles que sonham derrubar os invasores. Mas poderá ser mais do que isso?
Subtil e complexo, O Homem do Castelo Alto permanece como o melhor romance de história alternativa jamais escrito.

Este livro foi traduzido por David Soares e é precedido de um ensaio de Nuno Rogeiro sobre a vida e a obra do autor.


A MINHA OPINIÃO:

O Homem do Castelo Alto é a primeira leitura a ser terminada em 2011! E que leitura!!! Contagiante, viciante e muito bizarra! Uma alternativa à realidade sublime e compulsiva em que o mais pequeno pormenor é relevante e, não deve ser descurado pelo leitor, porque por mais insignificante que pareça, poderá fazer a diferença. A acção desenrola-se nos Estados Unidos da América. Nesta realidade, o país do Tio Sam perdeu 2ª Guerra Mundial e foi forçado a submeter-se à nova ordem imposta pelos alemães e japoneses. Foi dividido em duas partes: o leste foi ocupado pelos alemães e o oeste pelos nipónicos. Um regime militar opressivo foi instaurado, África foi aniquilada e o Mediterrâneo foi drenado. Alemanha e Japão vivem em clima de Guerra Fria. Os dois países rivalizam mantendo uma aparente cordialidade. A tecnologia evoluiu rapidamente de modo quase inimaginável. A comunidade judaica é perseguida implacavelmente, o que os leva a "desaparecer" da sociedade através da ocultação forçada dos seus sinais religiosos, dos nomes e até características faciais. É neste panorama avassalador que seguimos as belas e complexas personagens de Philip K.Dick. Tagomi, Robert Childan, Frank Fink,Baynes e Juliana são cativantes por lidarem com duas hierarquias muito distintas: a japonesa e a alemã. A oriental com a sua ordem social rígida e a europeia com a sua política extremista, ou seja, aquele que não servir os interesses do Führer, é eliminado. Existe outro elemento que aumenta ainda mais curiosidade e a estranheza do leitor: um livro chamado O Gafanhoto será um Fardo censurado pelo regime. Todos os que lêem ficam intrigados pela sua excentricidade. Escrito por um homem que vive num "castelo" de máxima segurança apresenta a outra opção. E se os ingleses e aliados tivessem ganho a guerra? O que teria acontecido? Philip K. Dick é magistral na sua escrita, na sua imaginação e a interligar personagens tão diferentes! Um livro genial que conta ainda com um ensaio fabuloso de Nuno Rogeiro sobre autor e sobre a obra!

7/7- OBRA-PRIMA

PS:Obrigada Segredo dos Livros!

2 comentários:

  1. Olá Jojo!Bom ano ;)

    Eu já andava de olho neste livro e agora que li a tua crítica tenho definitivamente de o ler.

    Beijinhos!

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  2. Olá Patrícia!
    É um livro simplesmente fabuloso!:) Bom ano novo para ti também.

    Bjinhos*

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