terça-feira, 23 de setembro de 2014

A Rapariga de Papel de Guillaume Musso


Há apenas alguns meses, Tom Boyd era um escritor famoso em Los Angeles, apaixonado por uma célebre pianista. Mas na sequência de uma separação demasiado pública, fechou-se em casa, sofrendo de bloqueio artístico e tendo como única companhia o álcool e as drogas. Certa noite, uma desconhecida aparece em sua casa, uma mulher linda e completamente nua. Diz ser Billie, uma personagem dos romances dele, que veio parar ao mundo real devido a um erro de impressão do seu livro mais recente. A história é uma loucura, mas Tom acaba por acreditar que aquela deve ser de facto a verdadeira Billie. E ela quer fazer um acordo com ele: se ele escrever o seu próximo romance, ela poderá regressar ao mundo da ficção. Em troca, ela ajuda-o a reconquistar a sua amada Aurore. O que tem ele a perder?

A MINHA OPINIÃO:

A Rapariga de Papel é, em certa medida, fiel ao estilo de escrita de Musso. É recheado de acontecimentos surreais tais como a ideia de uma personagem cair de um livro e confrontar o seu escritor. O início deste livro é contagiante e voraz. Tom Boyd não é das pessoas mais agradáveis no início e o seu caminho para a auto-destruição é condenável porém, há algo nele que nos indicia que ele é passível de compaixão e compreensão. Estes sentimentos são, depois fundamentados pela história tocante de Tom e dos seus dois amigos de infância, uma mulher e um homem, num bairro problemático. Os dois ainda se mantêm por perto sendo que, ele  é o seu agente e ela é polícia. Tom Boyd é, na verdade, uma excelente pessoa. Ele foi a âncora e a tábua de salvação para os seus amigos. Todavia, não é imune ao desgosto de amor e depois, ao bloqueio de escritor. Boyd é um protagonista empolgante porque, é incrivelmente realista nos seus desencontros e reencontros da vida. Normalmente, a magia de Musso é aliar um personagem credível com outro que tem os pés assentes no surreal. Billie, criada por Tom Boyd que cai de um livro mal impresso é o toque característico do escritor. O confronto de Billie com Tom é vibrante! O próprio leitor se deixa apanhar na magia que é um personagem ajudar o seu criador. O livro torna-se uma paixão e como tal é irresistível. Tudo seria perfeito se não fosse o fim tão incongruente para as obras de Musso. O escritor opta pelo final mais "normal" e vulgar e ele, próprio, desfaz o sonho. É decepcionante alcançar as últimas linhas e não encontrar uma réstia do esplendor dos capítulos anteriores.  Este é certamente, um livro que merecia muito mais!...

3.5/7- RAZOÀVEL

1 comentário:

  1. Sempre tive muita curiosidade com este autor!!!
    Uhh look de outono no blog! Gosto
    Beijo

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