segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

O Rei que foi e Um Dia Será de T.H. White

Esta é a obra-prima da literatura que reconta o mito arturiano e que foi adaptada ao cinema por Walt Disney.
A história decorre no país encantado de Gramary, a Inglaterra feudal de domínio normando, e segue a lenda do rei Artur, dos cavaleiros da Távola Redonda, da demanda do Santo Graal e da mística espada Excalibur.
É considerada pelos especialistas a obra que veio modernizar o mito do rei Artur e renovar o interesse do público por este tema.

A MINHA OPINIÃO:

O rei Artur e a sua Távola Redonda sempre me fascinaram. Fazem parte do meu imaginário de criança: adorava ver desenhos animados, documentários e ler pequenas histórias arturianas. Estranhamente, nunca me aventurei por grandes volumes sobre mito, fiquei sempre à porta. Até que este ano surgiu a oportunidade  de ler este livro. Quando folheio um clássico com este calibre e celebridade sou acometida por um sentido de responsabilidade indescritível. É, provavelmente um reflexo das grandes expectativas que crio sempre que opto por livros que têm uma legião inteira de admiradores.  No entanto, removendo a auréola de "classicidade" não deixam de ser leituras passíveis de serem criticadas e, apesar de doer a alguns vou dar-vos a minha mais sincera opinião: não achei O Rei que foi e Um Dia Será fenomenal e ficou aquém daquilo que esperava.
O livro alberga a vida inteira de Artur desde a sua infância ingenuamente sonhadora até à velhice angustiante buscando soluções para males demasiados grandes. Tenho de reconhecer a mestria de T.H. White que  opta por realçar os ideais arturianos através de um olhar mais moderno, fazendo referências a épocas mais contemporâneas. O perpetuador de tais anomalias nesta é, frequentemente, Merlin. É uma personagem curiosa pois, vive de "trás para frente", ou seja, conhece o futuro. É o meu preferido com os seus diálogos mirabolantes, ensinamentos sábios e genialidade desastrada e  hilariante. Contudo, é com o protagonista, Artur que a escrita cresce. Na primeira parte, " A espada na pedra" é muito infantil o que me preocupou e frustrou imenso. Compreendo a intenção do autor ao promover a maturação do seu discurso ao longo das páginas igualando-o ao crescimento do rei, de menino a homem, mas foi essa mesma escrita que me nauseou e que me impediu de querer voltar a Gramary. Reconheço que me senti defraudada em alguns momentos. Na segunda parte, "A Rainha do ar e das Trevas", surge Morgause, a meia-irmã de Artur e o futuro rei já não é uma criança e consequentemente, a escrita amadurece. Comecei a gostar mais da leitura. É aqui que se começa a desenhar a Távola e onde também se cometem erros que influenciarão o destino. Na terceira parte, " O Cavaleiro Feio", Lancelot ganha relevo. É das personagens que menos me impressionou. Não me pareceu nada carismático e a sua paixão (adulação) pelo rei e pela rainha era pouco emotiva e cativante. Assim não apreciei muito esta parte. Finalmente, chega a minha parte favorita, a quarta e última, " A Candeia ao Vento". Culmina numa reflexão de um Rei velho sobre as suas vitórias e falhanços. Brilhantemente, é um espelho de o mundo em que vivemos. No fim, T.H. White justifica aquilo que me desconcertou mais em todo o livro: a localização histórica. O autor situa o rei Artur no século XIV enquanto que este a existir, viveu no século VI. Esta deslocação desiludiu-me porque jamais esperaria encontraria personagens tipicamente medievais "misturadas" com o mito arturiano. Concluindo, não me arrependo de ter lido este livro pois, adorei as peripécias e aventuras de Artur. Porém, devido às razões enumeradas não me fascinou por completo. Esperava mais...

4/7- BOM

2 comentários:

  1. Adoro histórias do rei Artur...anotei a dica, porém, passei para desejar um 2013 bem diferente...além de paz, prosperidade e alegrias para nossos seguidores...meu desejo é que haja mais poesia para alegrar a vida!

    Abraço do Pedra do Sertão

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  2. Obrigada Pedra do Sertão para ti também!

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