segunda-feira, 19 de maio de 2014

O Grande Gatsby de F. Scott Fitzgerald

A existência de F. Scott Fitzgerald coincide literáriamente com os dois decénios que separam as duas guerras, repartindo-se entre a América onde nasceu, numa pacata cidade do Middle West, no Minnesota, e a França, onde viveu durante vários anos com a família. O seu nome evoca-nos uma geração que associamos à lendária idade do jazz, vertiginosa e fútil. Fitzgerald pertenceu a essa geração, foi um dos seus arautos. A sua vida tão precocemente visitada pela fama, e tão cedo destruída, é a carne e o sangue de que é feita a sua obra. O Grande Gatsby é o seu maior romance, talvez porque nele se fundem com rara felicidade essa matéria-prima, a sua própria experiência de vida, e uma linguagem de grande qualidade poética.

A MINHA OPINIÃO:

O Grande Gatsby  é um livro "dito" clássico que marcou a história da literatura de tal modo que, já foi, várias vezes, adaptado ao cinema e motivo de discussões e palestras por todo mundo. Com pouco de 100 páginas, é uma obra que me intrigava bastante.
É realmente um monumento à sociedade americana dos loucos anos 20! Fitzgerald  traça um retrato perfeito de uma época marcada pela ostentação, pela especulação financeira, corrupção, consumismo e pela inovação industrial e tecnológica.  As descrições do autor apontam para uma sociedade fútil e supérflua que vive para a adulação e o narcisismo. É apologista da liberdade porém, esquece-se que com esta também há deveres. Tudo é levado ao extremo como se a liberdade se pudesse esgotar. O mais fascinante deste quadro pintado por F. Scott Fitzgerald é que, apesar destes excessos todos os personagens procuram a felicidade, obtendo uma imagem muito deturpada dela. Jay Gatsby espelha exactamente, a fabricação de um sonho, a busca de uma ilusão e de uma Daisy que já não existe. Através do olhar de Nick, o narrador, Gatsby é a personificação do oco e do vazio. Estar rodeado de riqueza todavia, não poder ter aquilo que se realmente quer. Ele é uma personagem completa e dissecada pelo autor até à exaustão pelo que, sentimos o seu percurso com emoção e compaixão. Já Daisy, é intragável. É provável que este fosse o objectivo do escritor mas, torna insuperável cada momento que ela surge. Ela é uma personagem de carácter hediondo, um produto da sociedade oca que a rodeia. 
A escrita de Fitzgerald é belíssima e o fim do livro é poderoso, cativando o leitor. Todavia, o início é moroso e as vibrantes descrições não compensam o défice de acção. Entende-se a importância do livro que retrata uma época com profundidade e detalhe mas, esperava algo mais.

4/7- BOM

TRAILER DO FILME:

 

8 comentários:

  1. Concordo contigo Jojo.... Li, mas esperava mais... nem eu sei muito bem o quê!
    Ou eu não percebi de facto muito das entrelinhas deste livro, ou então trata-se de facto um de um livro (muito banal), que tem de facto milhões de fãs.

    p.s. A Leitura do Dr. Jivago está algo que lenta Drª Jojo. :D

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    1. Nuno, então somos dois a não ler as entrelinhas.:)
      Sim o Zhivago está muito muito lento. Ele é grande para o transportar e só leio um bocadinho à noite cada dia.

      Beijinhos*

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  2. Gostei muito da tua análise ao livro! Vi reflectido parte daquilo que senti quando o li. Também esperava muito mais...

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    1. Obrigada José:D Acho que não percebi muito bem o fascínio que os americanos têm por este livro.

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  3. Li o livro já há algum tempo, mas fiquei longe de maravilhada. Nos EUA há um certo fascinio por este livro e apesar de reconhecer a sua qualidade, acho que há outros livros que merecem maior destaque.

    Bjs

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    1. Ana, concordo contigo. Eu li deste mesmo autor, O Estranho Caso de Benjamin Button e marcou-me mais.

      beijinhos*

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  4. Viva Jojo.

    Tenho mesmo que ler este livro, pois pelo que percebo lê-se num tiro, a ver se o encontro a bom preço :)

    Bjs e boas leituras

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    1. Olá Fiacha ;)
      Lê-se mesmo bem. Esta edição da book it é bem baratinha...

      beijinhos*

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