Depois do enorme êxito de Os Pilares da Terra, Ken Follett regressa à cidade de Kingsbridge, mas desta vez cerca de dois séculos após os acontecimentos do primeiro livro. No dia 1 de Novembro de 1327, quatro crianças presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. O sucedido irá para sempre assombrar as suas vidas, mas Merthin, Ralph, Caris e Gwenda ficarão também marcados pelo próprio tempo em que vivem, e em particular pela maior tragédia que assolou a Europa no século XIV, a Peste Negra. Um Mundo sem Fim, que a Presença publica em dois volumes, é um épico medieval que está a conquistar os leitores de todo o mundo, tendo registado um total de 26 semanas de permanência entre os mais vendidos do The New York Times.
A MINHA OPINIÃO:
Após a leitura de Os Pilares da Terra, fiquei curiosíssima acerca das restantes obras de Ken Follet particularmente, com este Um Mundo sem Fim. É uma sequela que mantém Kingsbridge como o palco principal da acção. O escritor continua a apostar numa escrita simples sem grandes floreados mas, isto não é sinónimo de pouca pesquisa história. Pelo contrário, mais uma vez o trabalho do construtor é esmiuçado ao pormenor e conjuntamente com este, o autor alarga os seus horizontes ao enveredar pela arte de curar na idade medieval. Sou relativamente ignorante a estes temas logo, não posso atestar a sua veracidade porém, a sua presença sustenta e cria alicerces suficientemente fortes para acreditarmos em Merthin e Caris. Mais uma vez, é o enredo que nos arrebata! É uma narrativa empolgante, cheia de reviravoltas e pejada de personagens carismáticas que batalham muito para vencerem. Caris, é a minha favorita. Adoro o facto de ela personificar o lado corajoso da mulher sem nunca perder a feminilidade. Ela é um salmão que salta contra o curso do rio. Um rio néscio toldado pela inércia e pela ignorância! É uma mulher empreendedora destinada a revolucionar a arte da Medicina embora isso cause estranheza na maioria das mentes tacanhas da época. Ela não se deixa subjugar pelo poderio masculino e mesmo com Merthin, o amor da sua vida, ela é independente e inteligente ou seja, não se torna numa marioneta perante um homem como, frequentemente, acontece nos livros. Merthin é também um protagonista curioso na medida em que, não é o cavaleiro de armadura reluzente pronto a salvar a donzela, é ligeiramente franzino e o seu poder reside na sua mente arguta e inventiva. Paralelamente, surgem as histórias de Gwenda, que é um dos achados dos livros e Ralph, cuja ambição e escolhas levar-no-ão para um destino diferente do irmão, Merthin. Gwenda é verdadeiramente impressionante pois, é capaz de sacrificar tudo em prol daqueles que ama! Todavia, o enorme trunfo de Follet está no enquadramento histórico. Quando atingimos a segunda metade surge a Peste Negra e é aqui que ele brilha, trilhando o caminho com informação útil e sem embelezamentos de cenário criando obstáculos a todos personagens. As suas descrições são singelas mas, vívidas e é impossível não visualizar as feiras, os mercados, os hospitais assoberbados e não contestar interiormente as ideias dogmáticas sem fundamento nenhum. Graças a esta fantástica qualidade do escritor de interligar grandes eventos com as vidas dos seus "pequenos" intervenientes, a leitura é ávida porque ansiamos pelo desenlace e pelas respostas a todas as nossas perguntas. No entanto, há algo que me incomoda neste Um Mundo Sem Fim e é por isso, que prefiro Os Pilares da Terra. À semelhança dos anteriores, ele tem um prólogo misterioso cujo os segredos só são totalmente desvendados no fim. Mas, a revelação desta sequela é tosca e até deslavada. Faz sentido porém, é fraquita.... É caso para dizer: tanta coisa para nada!
Ainda assim, é uma leitura entusiasmante que proporciona emoção, romance, acção e aventura!
6/7-EXCELENTE
TRAILER DA MINI-SÉRIE:
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