As Crónicas de Gelo e Fogo, a saga de fantasia mais vendida, elogiada e premiada dos últimos 50 anos, e a única obra de fantasia a conseguir o primeiro lugar do Top do New York Times.
Esta é uma saga de grande fôlego, que vai buscar à realidade medieval a textura e o pormenor que conferem dimensão e crueza a um universo de fantasia tão bem construído que faz empalidecer a Terra Média de Tolkien. Martin é um especialista na manipulação das expectativas dos leitores e, profundo conhecedor do género, não de estender sucessivas armadilhas com as quais desarma os tropos que o leitor pensa reconhecer a cada página. O Épico de fantasia que toda a Fantasia Épica gostava de ser.
A MINHA OPINIÃO:
George R.R. Martin conseguiu mais uma vez! Voltou a deixar-me atordoada e surpreendida!Neste livro, A Tormenta das Espadas, o escritor como que prepara o leitor para o que virá depois, que não sabemos o que será e, apesar de conjecturarmos o futuro e profetizarmos, nós, leitores, nada sabemos. Como lhe é característico, George R.R. Martin quebra os estereótipos e, é desconcertante na apresentação dos personagens. Surgem novos capítulos dedicados a novos intervenientes desta grande história. Davos, o Cavaleiro das Cebolas é um dos meus favoritos.A sua iliteracia não o diminui em nada. A sua sabedoria é enorme e o seu coração ainda maior! Outros personagens ganham mais destaque e, destes é exemplo, Jaime Lannister. Os seus capítulos são brilhantes e electrizantes. A par do irmão, Tyrion, por quem tenho uma grande paixão literária fundamentada pela sua inteligência e pelo seu carisma, Jaime é, agora, um dos meus preferidos. Nada desculpa as suas acções passadas contudo, nesta obra é ele que resplandece. Os seus motivos, conflitos interiores e amores duvidosos são esmiuçados e permitem que o compreendamos melhor. Os Lannisters pagam sempre as suas dívidas. Brienne de Tarth é outra personagem inquietante. Com um código de honra muito próprio, ela triunfa pelo seu modo invulgar, algo desengonçado e excêntrico perante os demais. Todas as personagens de George R.R. Martin são fascinantes. Cada uma segue o seu código, muito seu, muito próprio, por vezes, deturpado pelas suas ambições e pelas suas escolhas mas, verdadeiramente absorvente. A cada passo descobrimos uma nova faceta nelas porém, não são incoerentes. Há uma espécie de coerência na sua incongruência! O Cão de Caça é talvez, a sua epítome. Nele coalescem a bondade e a maldade. Em todas as suas personagens há uma verdade nua e crua. Sentem-se divididos entre o seu dever, seja ele qual for, e o seu desejo, às vezes tão profundo que dói. Jon Snow, um dos meus favoritos, trava essa batalha interminável. Bastardo, irmão de sangue, irmão de negro, homem, Jon tem tantas opções à sua frente e nenhuma delas lhe parece a mais correcta. Depois, há aqueles que têm o seu destino traçado todavia, o seu caminho é difícil e espinhoso. Daenerys Targaryen, herdeira de uma dinastia, sonha com o seu regresso triunfante porém, a menina que se transformou em mulher ainda se questiona e ainda procura os meios para o conseguir. Com poucos meios de subsistência está Brandon Stark que vai em rota incerta em busca do conhecimento que lhe escapa no mundo dos homens. Neste livro, o escritor coloca mais pedras na sua construção e dá-lhe solidez e consistência. Não há momentos de grande impacto a cada página há, sim, um novo olhar e um reforçar das suas paredes. Ficamos com a sensação de tudo vai mudar mais uma vez e de que o Inverno está chegar. Acautelem-se!... Parece-me que um novo vento varrerá Westeros em breve... E como a minha curiosidade é insaciável, A Glória dos Traidores já está quase todo devorado!
7/7- OBRA-PRIMA