terça-feira, 24 de julho de 2012

As Memórias de Cleópatra II- O Signo de Afrodite de Margaret George

Segundo volume de uma viagem maravilhosa: a visita ao Antigo Egipto e à vida de Cleópatra, a rainha do Nilo. 

Escritas na primeira pessoa, As Memórias de Cleópatra começam com as suas recordações de infância e vão até ao seu glorioso reinado, quando o Egipto se torna num dos mais deslumbrantes reinos da Antiguidade. As Memórias de Cleópatra são uma saga fascinante sobre ambição, traição e poder, mas também são uma história de paixão. Depois de ser exilada, a jovem Cleópatra procura a ajuda de Júlio César, o homem mais poderoso do mundo. E mesmo depois do assassinato daquele que se tornou o seu marido, e da morte do segundo homem que amou, Marco António, Cleópatra continua a lutar, preferindo matar-se a deixar que a humilhem numa parada pelas ruas de Roma.Na riqueza e autenticidade das personagens, cenários e acção, As Memórias de Cleópatra são um triunfo da ficção. Misturando história, lenda e a sua prodigiosa imaginação, Margaret George dá-nos a conhecer uma vida e uma heroína tão magníficas que viverão para sempre.

A MINHA OPINIÃO:

O primeiro volume-A Filha de Ísis- desta trilogia foi absorvente e promissor e o meu entusiasmo relativamente ao segundo livro era enorme e muito compreensível. Não houve um momento de frustração, desânimo ou uma pausa entediante. O Signo de Afrodite é portentoso e opulento em emoções, sentimentos e descrições belíssimas. Através do relato de Cleópatra tudo se materializa e é corpóreo como se estivesse mesmo a andar pelos corredores do palácio em Alexandria ou ao leme de um barco luxuoso e deslumbrante a caminho. Cleópatra amadureceu neste volume, renasceu das cinzas da pira funerária de Júlio César e abraçou o seu destino como rainha do Egipto e mãe de Cesarion. Porém, ter um filho com o sangue de César é dramático especialmente, quando o herdeiro legal de César, Octávio é astucioso e ambicioso. A minha grande questão neste livro era: "Como seria Marco António?". Há vislumbres dele no primeiro volume contudo, nada de muito concreto. Foi muito agradável constatar que Marco António e Cleópatra não são uma cópia de Júlio César e Cleópatra. Margaret George é brilhante em distinguir as duas relações e em encontrar diferenças entre os dois generais romanos. A própria Cleópatra que procurava um aliado ficou surpreendida com Marco António. César tinha o sonho de Alexandre Magno de unir os povos  mas, de alguma forma deixava-se restringir pelo senado. Marco António é mais apaixonado, mais intenso e mais liberto encarando a vida como uma dádiva e, facilmente se adapta a qualquer cultura tornando-a dele. São dois estrategas militares extraordinários todavia, cada um tem as suas virtudes e as suas fraquezas. A relação de António com a rainha egípcia é excepcionalmente retratada. Um amor intenso e revoltoso com violentas discussões pois, são duas culturas a colidirem. Aí está uma das grandes diferenças entre César e Cleópatra e António e Cleópatra. César e Cleópatra tinham um sonho em comum mas, era ele quem dispunha do poder. No segundo volume, Cleópatra tem um novo aliado porém, um amante e confidente e alguém que está disposto a partilhar o poder. No entanto, o amor pode cegar-nos e num tempo tumultuoso em que um passo em falso era a morte, o mediático casal trava duras batalhas tendo como inimigo, o temível Octávio. Mas o mais fascinante deste livro é como ele nos agarra apesar de os acontecimentos nele contados serem sobejamente conhecidos. São obviamente algo romanceados não obstante, apreciei as várias referências histórias que autora colocou. Também é uma leitura algo tendenciosa porque só temos a visão de Cleópatra que obviamente, não diria bem de Octávio, o que me deixou com ódio de morte a essa personagem histórica. Mas era guerra e nela não há bons nem maus somente, vencedores e vencidos. O modo como Margaret George disseca as culturas de cada povo e o conflito que advém do seu choque de tradições, é notável. A grega, a romana, a egípcia, a hebraica são alvos da minúcia e meticulosidade da escritora. É uma leitura excelente, um absoluto deleite para uma admiradora da História como eu que, se sentiu muito bem na companhia de tão célebres personalidades! Viajei no tempo e caminhei entre grandes que, ao mesmo instante são simples humanos cedendo ao amor, ao desespero, ao capricho e à ambição. Li numa das contra-capas de um dos volumes da trilogia que ler estes livros eram como " se os frescos egípcios ganhassem vida". Subscrevo cada letrinha!

6/7-EXCELENTE

2 comentários:

  1. Ainda bem que arranjaste tempo para voltar :)

    Beijinhos e Boas Leituras

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  2. Olá Ines, estou oficialmente de férias e com tempo para ler:)

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